A igreja primitiva foi fundada por D.Dinis, por ocasião da fundação de Vila Real. Em 1300, o Mosteiro de Pombeiro cedeu à Mitra de Braga o padroado na igreja de S. Tiago de Vila Nova de Panóias. Em 4 de Maio de 1307, o abade de Vila Nova recebeu o pagamento dos bens que entregou a D. Dinis para a posse de Vila Real. A 8 de Junho D. Dinis fez carta de doação da igreja de Abaças à igreja de Santiago de Vila Nova.
O templo actual, que tem S. Tiago como padroeiro, é de planta longitudinal composta por nave e capela-mor rectangulares, com sacristia e sineira adossada do lado N. Este templo é fundamentalmente de arte românico-gótico, com influências oitocentistas. Quando foi reformulado e a fachada foi substituída, foi-lhe acrescentada uma sineira, casas para confrarias, e sacristia. Na fachada esquerda nota-se claramente a configuração de dois arcos de volta perfeita. O conjunto é formado por 4 volumes com coberturas diferenciadas em telhados de duas e uma águas. A fachada principal, de arquitectura simples, está orientada para oeste. O portal é de lintel recto com cornija e pilastras de base moldurada, a que se sobrepõe um óculo circular gradeado e de moldura simples. Os cunhais são de pilastras coroadas por pináculos de calotes esféricas escalonadas. As empenas são de friso e dupla cornija encimada por cruz latina. A estrutura sineira é de dois vãos rectangulares com sinos, com patamar aberto, com grade e portão metálico. O acesso é feito por escada de 2 lanços a E. As fachadas laterais da nave e capela-mor são percorridas por cornija emoldurada com bolas, assente em cachorrada decorada com motivos geométricos, animais e rostos humanos. Na lateral S. abrem-se na nave porta de lintel recto e duas janelas de moldura rectangular em rampa, uma janela do mesmo tipo e uma fresta na capela-mor.
Na sua fachada posterior abre-se uma fresta central de remate semicircular. A empena mostra uma figuração zoomórfica saliente, coroada por cruz enquadrada por círculo. As N. abrem-se duas janelas rectangulares em rampa e uma porta de lintel recto de acesso ao coro-alto. Na sacristia, de remate em cornija, abrem-se duas janelas rectangulares e, a O., uma porta de lintel recto ornamentado com dois sexfólios inseridos em círculos ladeando uma cruz central e a data 1713. As Memórias Paroquiais de 1758 referem a existência de cinco altares: altar-mor; colaterais - Nossa Senhora do Rosário e Cristo Crucificado. No corpo da igreja: S. Sebastião e S. Gonçalo.No interior há vários fragmentos de frescos, epigrafados, que parecem aparentar afinidades com os de Vila Marim, e são atribuídos ao pintor Arnao (Arnaus F.).
O arco triunfal é de volta perfeito. O pavimento é de soalho, as paredes são de cantaria com remate em cornija, o tecto é de madeira em três planos, possuindo 3 florões entalhados no plano central e pintura polícroma com representações dos Evangelistas e de São Pedro e São Paulo. A pintura do tecto da capela-mor e da nave foi obra do restaurador Maranus, em 2005.0 coro-alto é de madeira com balaustrada, guardavento central de madeira no sub-coro, abrindo-se do lado do Evangelho a capela batismal com arco de volta perfeita assente em pilastras, com pia oitavada de faces côncavas. "Do lado oposto um confessionário inserido no vão da parede. Lateralmente, dois altares laterais de talha branca e dourada com edícula* enquadrada por frontão entre colunas de pintura marmoreada. No lado da Epístola um arcosólio liso com sarcófago muito destruído e na parede oposta base de púlpito quadrada moldurada, assente em mísula, com porta rectangular entaipada. Altares colaterais com mesa em granito, possuindo o da Epístola retábulo de talha dourada e policroma com arquivolta apoiada em colunas torsas, ornado com figuras de anjinhos, cachos, parras e aves; na parede de fundo, restos de pintura mural com imagem enquadrada por cartela* com inscrição". No lado do Evangelho, vestígios de pintura figurando São Bartolomeu com o Diabo acorrentado. O arco triunfal sobrepujado por inscrição pintada"28 0 VOS QVI TRANSITIS PER VIAM ATTENDITE ET VIDETE SI EST DOLOR SICUT DOLOR MEVS 1687", e pintura representando a Paixão de cristo, enquadrada por cartela. O pavimento da capela-mor é de madeira. Do lado do Evangelho abre-se uma fresta de arco de volta perfeita e uma porta rectangular de acesso à sacristia. O altar-mor é de talha polícroma de fundo branco, com edícula central e trono entre colunas de pintura marmoreada e remate em frontão curvo. Há duas lápides no arco triunfal: do lado da epístola, relembra-se as bodas de prata, 15.8.1992, do pároco padre Manuel Vicente Morais e do lado do evangelho lê-se, em lápide de mármore, "AD PERPRTUAM REI MEMORIAM AOS 19-1V-1925 foi conferida uma ordenação geral n'esta egreja pelo 10 Bispo de Vila Real, D. João Evangelista de Lima Vidal, sendo Prior o padre Francisco A. de Lima". Abaixo desta lápide, em pedra de granito está incisa a data de 1638, seguida de uma outra, anterior a esta, em numeração romana, MCCCXVI, integrando o M o símbolo eterno do cristianismo, o P. Esta data de 1316 corresponde a 1278 da nossa era.
No século XVIII havia duas irmandades. A de S. Gonçalo, com 300 irmãos, estatutos confirmados e festa celebrando dia 10 de Janeiro. A imagem do santo estava na capela da irmandade, era venerada como milagrosa, com prodígios testemunhados em vários quadros e membros de cera, pendurados na mesma capela e paredes da igreja. A do Santíssimo Sacramento, com 250 irmãos, com festa no terceiro domingo de Agosto. Terminada a festa, o mordomo era obrigado, por tradição, dar os "primeiros seis alqueires de trigo corrente, para se repartirem em fatias a todas as pessoas que assistiram à festa”.
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